sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Byblografia

A notícia é de ontem de manhã, pelo menos. Desiludam-se aqueles que acham que a crise é coisa de somenos, ela veio para ficar. Que o digam os responsáveis pela livraria Byblos em Lisboa, a maior do país, que ontem já não tiveram capacidade para abrir as portas.
Nesta carta de pesar que vem à mesa, assinala-se o fim de um espaço de cultura que acaba por ir ao tapete sem mais horizontes que não os da hipotética salvação por outro grupo que lhe restitua alguma força. Da minha parte, lamento o desaparecimento de uma excelente oferta livreira, onde o cliente podia saborear um café calmamente sentado enquanto folheava avidamente uma qualquer obra que ora sentia na sua posse. Onde um jornal podia ser acompanhado por uma sopa (que podia não ser de letras), ou por uma refeição tão saudável como a leitura de um best-seller.
Isto na altura em que toda a gente começa a ser invadida pelo espírito (fúria) natalício, pode ser um revés. Planeava eu fazer por ali parte das chamadas Compras (assim mesmo, com letra grande) de Natal. Pois, infelizmente há por aí muito quem pense que compras (com letra pequena) de Natal é encher até cima meia-dúzia de carrinhos de supermercado, todos em corrida até às caixas de pagamento, encalhando nos “vizinhos” do lado e chocando de frente com quem persegue furiosamente mais um pacote de caju; comprar 50 peças de roupa nova e gastar o resto a mimar os estimados petizes com a Play Station Portable e outras traquitanas que acabam, cedo ou tarde, esquecidas debaixo de um sofá.
Fica o conselho: Ofereça livros, mesmo que não sejam daqueles “chatos”, só com letras do princípio ao fim… Bom fim-de-semana que as Festas, apesar de tudo, ainda vêm longe.

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