sexta-feira, 7 de novembro de 2008

1926-2008

O cinema português está de luto, com a morte na última quarta-feira de uma (ou da) diva da nossa sétima arte. Milú, nome artístico de Maria de Lurdes de Almeida Lemos, despediu-se da vida e deixa um nostálgico vazio que irá fazer muita gente rever os filmes que a celebrizaram. Os filmes são o que fica, impressão luminosa de uma radiosa luz que se extinguiu.
Estreou-se no cinema em 1938, com 12 anos, em Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia; mas foi em 1943 que Arthur Duarte a dirigiu em O Costa do Castelo, levando-a ao estrelato. Neste filme, a Luisinha encantou (e continua a encantar, acho eu) e cantou. A "Cantiga da Rua" fechava em festa um filme de uma equipa muito bem montada que nos deu algumas das melhores comédias do nosso cinema. E claro, havia "A Minha Casinha", muito, mas muito tempo antes dos Xutos e Pontapés a terem recriado.
Foi provavelmente com este filme ou com O Leão da Estrela, 1947, de Arthur Duarte, que também eu me deixei encantar com Milú, algures na pré-adolescência, quando nas tardes de fim-de-semana a via representar com António Silva, Curado Ribeiro, Laura Alves ou Artur Agostinho, através do cinescópio de uma velha "Nordmende", na companhia de uma avó que foi a pessoa primeira a incutir em mim o gosto pela sétima arte.

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