terça-feira, 26 de agosto de 2008

Parabéns Cinemateca!


A Cinemateca está em pleno aniversário. Em Setembro vai soprar cinquenta velas, com um programa recheado de belíssimas pérolas para ver ou rever. O programa é tão rico, que devia haver um passe para a totalidade das sessões, suponho que o problema está em escolher o que ver.

Por mim, recomendo algumas coisas portuguesas que não são vistas todos os dias. Maria do Mar, Leitão de Barros, 1930, é talvez o melhor filme português desde que foi feito. Trás-os-Montes, António Reis e Margarida Cordeiro, 1976 e Falamos de Rio de Onor, António Campos, 1974, são duas pérolas do documentarismo português pós 25 de Abril. Scenes From the Class Struggle in Portugal, Robert Kramer e Philip Spinelli, 1977, é do melhor que se fez em Portugal durante e sobre o PREC.

Mas a cereja no topo do bolo - atenção amantes de História - é a sessão em que se exibem seis números do Jornal Português! O Jornal Português foi um jornal de actualidades cinemartográficas - assim se chamavam - que abriam as sessões de cinema e que foi produzida entre 1938 e 1951. Do melhor para quem quiser aprender como o Estado Novo de Salazar manipulava a informação naqueles tempos. A sessão promete. Claro que vai haver quem aproveite para anunciar o fascismo de quem autoriza e selecciona coisas destas. Mas meus amigos, História é História. E a História do Cinema Português faz-se em torno do regime de Salazar. Isso é uma verdade incontornável. Não é preciso gostar, basta raciocinar.

Bons filmes a todos!